A obra coreográfica retrata o período instante que o mundo inteiro para de respirar, mediante os acontecimentos da pandemia mundial, e essa suspensão voluntária ou involuntária da respiração, manifesta reações adversas na sociedade em busca da sobrevivência. Desta forma “Estado de Apneia” revela um grupo de cinco pessoas desconhecidas que se veem imersos num problema pandêmico, e são forçados a um isolamento social, onde só poderão contar uns com os outros para sobreviverem ao caos que enfrentam, sem deixar de lado que cada um dos isolados já carregam consigo uma carga de experiências sociais, emocionais, dilemas físicos e mentais, que fará com que esse isolamento só se torne possível de enfrentar se cada um se dispor ao seu modo entrar no universo particular do outro, e conseguir de fato dividir suas experiências e sentidos, formando assim uma nova possibilidade de realidade coletiva.

Nas últimas décadas, a sociedade tem caminhado para os aumentos acelerados dos índices estatísticos da violência doméstica, feminicídios, depressão, exclusão social, homofobia, preconceito, racismo, capacitismo, entre outros (Segundo dados da ONU e Atlas da violência). E nesta experiência de isolamento serão diagnosticadas situações semelhantes na vida pessoal dos integrantes, criando possibilidades de compreender a importância desse encontro e as condições vividas pelos isolados que podem servir como questões significativas para positivas mudanças no comportamento de outras pessoas da sociedade.

O grupo, assume o papel nessa obra de lançar não soluções mas questionamentos acerca da convivência em tempos de caos e deixar para todos a reflexão sobre o que o está sufocando e quais os caminhos para que possamos sair desse estado de apneia coletiva que nos encontramos, como forma de ampliar nossa visão acerca não só dos problemas que estão aparentes mas também de todo aprendizado que estas questões nos deixa de legado.